O setor automotivo tem inegável importância na estrutura industrial brasileira. Ele é um dos maiores setores da indústria, representando cerca de 10% do faturamento e 6% do emprego na indústria de transformação.
Devido aos seus encadeamentos, é um setor cujo desempenho pode afetar significativamente a produção de vários outros setores industriais.
Nas relações dentro da própria cadeia automotiva, como era de se esperar, o setor de autopeças (peças e acessórios) tem um papel central como o principal fornecedor dos segmentos finais da cadeia: automóveis e caminhões. Em 2015, o setor de autopeças forneceu mais de R$ 15 bilhões para as montadoras de automóveis e utilitários e mais de R$ 6,5 bilhões para a fabricação de caminhões. As trocas inter-setoriais entre Cabines e Automóveis também se destacam nessa cadeia produtiva.
Fora da cadeia automotiva propriamente dita, destacam-se o setor de aços e derivados, máquinas e equipamentos, material eletrônico, produtos de metal e artigos de borracha e plástico. O setor de aço e derivados representa um dos insumos mais importantes para todos os sub-setores da cadeia automotiva, especialmente para autopeças.
A importância dos elos fora da cadeia automotiva se evidencia pelo valor dos seus fornecimentos ao setor. As montadoras de automóveis, por exemplo, compraram, em 2015, cerca de R$16 bilhões em componentes de fornecedores de fora da cadeia, ao passo que compraram cerca de R$ 17 bilhões de fornecedores de autopeças e de cabines, carrocerias e reboques. Os principais fornecedores foram os setores de artigos de borracha e plástico e de aço e derivados. Para o sub-setor de autopeças, o valor dos fornecimentos de fora da cadeia superou os R$ 13 bilhões.
Esses números explicam porque o setor tem impactos tão pronunciados sobre o nível de atividade da indústria de transformação. De fato, o crescimento da produção nesse setor pode, por meio de sua cadeia de fornecimento, impulsionar o crescimento de vários outros setores da indústria.